Elogio da Madrasta

Elogio da Madrasta, de Mario Vargas Llosa

Forte.

Erótico.

Instigante!

A história é um mix de diversão e tristeza, pois trata de um incesto. É divertido porque acho histórias de triângulo amoroso um tanto quanto interessante quando bem contadas e triste porque incesto é punk, né? O tipo de coisa muito difícil de tolerar... O melhor do livro é como a história é contada. Ele descreve cada personagem de uma forma tão simples e tão verdadeira que parece que você está assistindo a um filme.

Narra a vida de um feliz e apaixonadíssimo casal: Dom Rigoberto e Lucrécia (que acaba de completar 40 anos), e o filho de Dom Rigoberto, Alfonso - que tem uma enorme admiração e carinho pela madrasta (ja viu, né?)! Mas já aviso que se você acha a história previsível, pode ler o livro porque como na vida real, o mundo dá voltas e nem tudo é como parece ser...

O livro é quente, bem erótico mesmo, sem cair no pornográfico (o que é raro).

A narrativa é bem estruturada, mistura a fala, com o pensamento das personagens, com a narração do autor. Muito parecido com que acontece com a gente quando pensa uma coisa e fala outra... é tudo simultâneo, o que tornou a leitura dinâmica. O leitor, sem problemas, acompanha tudo, discerne o que é pensamento,  o que é fala, o que é fato.

E quando o clima vai ficando pesado, parece que o leitor cai num vazio, o que instiga ainda mais a imaginação... muito top!

Ponto Negativo que realmente atrapalhou a leitura: todo capítulo é ilustrado com a foto de um quadro. Na versão em português as fotos são em preto e branco, ou seja, não dá para ver a figura e nem para acompanhar 100% da descrição das figuras do quadro. Isso foi realmente uma pena porque todo capítulo tem a ver com a figura que o precede.